Design Thinking é uma articulação feita pelo renomado escritório de design IDEO entre os princípios do Design Centrado no Usuário e as necessidades da indústria, das empresas e do ambiente de negócios. Tornou-se uma métodologia desenvolvida para que essas organizações possam adotar princípios de design como parte de seus processos, e que inclua como seus fundamentos o entendimento do que é viável para o negócio e o que é possível construir e entregar para o consumidor/usuário.
Originalmente, o Design Thinking era uma tradução dos princípios e processos adotados por designers para desenvolvimento de projetos, destinada à empresários, administradores e outros profissionais envolvidos nas relações de negócios, para que as empresas e a indústria pudessem desenvolver produtos melhores. Este método foi criado pelo escritório de design IDEO, e era oferecido para as grandes empresas como um serviço de consultoria. Com o passar do tempo, o Design Thinking foi se popularizando, e retornou para os próprios designers e projetistas como um rejuvenescimento das formas de projetar.
Nem todos os designers se apoiam nos princípios do Design Centrado no Usuário para projetar. Há inúmeras outras metodologias de design que são adotadas ao redor do mundo, mas o sucesso comercial do Design Thinking, ou a forma como ele facilitou a entrada das práticas de design dentro das empresas e das corporações (abrindo portas para os próprios designers trabalharem dentro destas empresas e corporações), fez com que o próprio campo do design repensasse suas práticas, e se tornasse mais aberto às questões comerciais, de gestão e de negócios, às quais os produtos que eles projetam estão sujeitos. Até a emergência do Design Thinking, o princípio norteador de um bom projeto seria o de um produto construído com as melhores especificações, com o melhor processo e com uso dos melhores recursos; após sua emergência, os designers passaram a considerar que um produto de altíssimo padrão pode não ser um bom projeto, pois se torna inviável para o consumidor e para a própria indústria em produzí-lo, e assim sendo, o norteador do bom projeto passou a ser o de um um produto construído com processos viáveis, que cria um ambiente de sustentabilidade econômica para a indústria, e que se torna acessível ao consumidor, mesmo quando seu acabamento está longe de ser um sonho de consumo.
Ao desenvolver seu projeto através da metodológia Projetão, você já está adotando o Design Thinking como processo de desenvolvimento. Parte importante da metodologia de Projetão é considerar, ao longo do processo de inovação, como os consumidores/usuários responderão à solução em forma de um produto ou serviço real, e considerar como tornar este produto/serviço viável e sustentável.
Da mesma forma que os princípios de Design Centrado no Usuário, o Design Thinking é organizado em uma fase de observação/levantamentos cujo objetivo é entender as pessoas envolvidas, suas necessidades e compreender os problemas que serão enfrentados, uma fase de ideação para criação de uma solução com base nos levantamentos realizados e aquilo que se aprendeu com eles, e uma fase de testes junto aos usuários. Esas três fases devem ser repetidas inúmeras vezes para que o projeto vá sendo polido e aperfeiçoado.
Utilizando, ou não, a metodologia de Projetão, incorporar o Design Thinking como princípio de projeto é sempre uma boa recomendação, principalmente quando não estamos falando de simulações e especulações, mas de produtos e serviços reais.
Dedique-se a se colocar no lugar dos usuários; busque entender sua cultura, suas práticas, seus valores, sua visão de mundo e sua forma de atribuir sentido às coisas ao seu redor; tente entendê-lo em seu próprio contexto, e não de forma etnocêntrica (pelo contexto e valores de quem os observa, como se fossem iguais).