Oportunidade Escolhida & Organização da Equipe Quest #4 Apresentar a oportunidade escolhida e a organização da equipe

A escolha da oportunidade (uma só!) deve ser baseada nas evidências colhidas junto aos usuários e clientes e que mostrem a relevância do problema,e seu impacto na sociedade. Tem de ser “um problema que vale a pena ser resolvido”, ou porque impacta muita gente ou porque impacta muito algumas pessoas.

Tem, também, de ficar claro que as soluções atuais entregues pela concorrência não resolvem satisfatoriamente o problema, e portanto, há espaço para outras soluções.

Não se deve simplesmente fazer uma votação dentro da equipe para escolher o problema. Ele tem de vir do que vocês observaram dos usuários/clientes, porque, de todo modo, a escolha da maioria do grupo não necessariamente será validada pelos professores. Os professores vão olhar as evidências.

Esta quest serve também de checkpoint para os professores validares, conforme as evidências trazidas pelas equipes, a oportunidade escolhida por elas.

Descrevendo a oportunidade escolhida

1. Qual a oportunidade escolhida? Onde o grupo decidiu investir seu esforço? Por que ela seria a mais relevante? Quais são as evidências que mostram isso?
Ex: nas 51 entrevistas que realizamos com esportistas amadores e pessoas que realizam atividade física, foi apontado identificado que o que mais os desmotiva é que a atividade se torna repetitiva e monótona. As gambiarras utilizadas (mencionar quais!) são tentativas de manter a atividade interessante no dia-a-dia.

2. Quem seria o seu cliente, e quem seria o seu usuário? São a mesma pessoa?
Ex: os usuários são as pessoas praticando esportes, e os clientes são as empresas/marcas que comprarão os dados de uso da ferramenta

3. Quem é o público mais disposto a interagir com a equipe para resolver o problema? Quem é o usuário afoito?

4. Qual é a jornada do usuário?
Ex: Descreva passo a passo como ele resolve o problema hoje (sem sua solução)

5. Qual o mercado-alvo? Qual é o tamanho dele? Trazer evidências.
Ex: as mesmas questões atingem praças e parques ao longo de todas as grandes cidades do nordeste. Estima-se, com base nos dados do IBGE (2023), que falamos em cerca de 1 milhão de habitantes que praticam esportes e atividades físicas nestes locais nesta região do país.

6. Por que (ou em que aspectos) a concorrência não resolve plenamente o problema?
Ex: os concorrentes oferecem um serviço fácil de utilizar, mas não é confiável. O produto concorrente não cobre parte dos aspectos importantes do problema.

7. Quem são as lideranças da equipe e suas funções?
Ex: Definir os papéis de cada membro da equipe nas funções de gerente de projeto, líder técnico, líder de UX, de negócios. Ex: João é o líder de projeto; Ricardo é o líder de tecnologia/implementação; Joana é a líder de experiência e usabilidade; Paula é a líder de negócios.

Atenção

As decisões tomadas nesse momento não são definitivas; na verdade, é muito comum que sejam revistas e modificadas nas etapas posteriores, e, em alguns poucos casos, abandonadas e prol de um outro projeto. Não tome nenhuma escolha como algo irreversível, mas também não faça escolhas de forma inconsequente ou sem a devida discussão e reflexão necessárias, pois isso só fará o grupo perder tempo precioso para o projeto. Escolhas erradas se tornam aprendizado; escolhas impensadas, feitas apenas para se livrar de uma tarefa imediata, se tornam uma bola de neve de problemas.

Materiais de aula


Proposta única de valor

Explicação sobre o que é proposta única de valor

Perguntas Frequentes

Me sinto muito perdido na minha equipe... Há colegas sobrecarregados, e outros que não estão fazendo nada. O que cada aluno deve fazer no trabalho?

Se você está se sentindo um pouco perdido, é porque um dos desafios de Projetão é trabalhar em equipes grandes que precisam se auto-gerenciar; ninguém irá gerenciar a equipe externamente, e nenhum professor irá lhe dizer o que, quando ou como fazer alguma coisa necessária no projeto do seu grupo. Existe um motivo para isso: no "mundo real" as coisas são assim, e saber lidar com o trabalho desta forma é uma competência que precisa ser aprendida (isso não é uma coisa que acontece naturalmente e sem esforço). Projetão é a oportunidade de aprender a lidar com isso, e este aprendizando não se encerra aqui, pois saber trabalhar com outras pessoas (especialmente, com pessoas que pensam de forma diferente) será sempre um desafio.
Duas questões são essenciais para que as pessoas não fiquem perdidas:
1. Para que cada um possa trabalhar com autonomia, precisam ficar claros os papeis e responsabilidades: quem é o gerente de projeto da equipe? quem é o gerente de tecnologia? quem é responsável pela comunicação e apresentação? quem é responsável pelo relacionamento com os usuários e a comunidade de testes?
2. A colaboração precisa ser ativa: ainda que você não entenda, por exemplo, de design, você pode ajudar e construí-lo. Ninguém é um profundo especialista em nada em uma Startup, e todos se ajudam. Mantenha uma atitude aberta e diposta, mas não fique esperando que alguém lhe diga o que fazer. Se algo não esta sendo feito, vá lá e faça você mesmo; na pior hipótese, outros irão melhorar aquilo que você já começou.

O ambiente da minha equipe está tóxico. Há muito conflito e muita discussão. Não me sinto ouvido. Posso sair da equipe?

Esta é uma reclamação comum, e que tem raízes na inabilidade e no despreparo dos estudantes para trabalharem em equipe. Contudo, este é um problema que não irá terminar na universidade: você encontrará as mesmas questões no ambiente de trabalho no "mundo real".

A primeira questão a se refletir é que conflitos e discussões não devem ser encarados como problemas. É fundamental que as diferenças de visão e de posicionamento sejam entendidas como algo positivo para a melhoria de um projeto. Conflito e discussão são ótimos sinais de que o resto do mundo não pensa como a gente, e que nosso projeto não deve ser resultado de nossa propria opinião ou de nossa própria visão de mundo. Para sanar cada questão em disputa são necessários testes e validação. Não é a convicção de alguem, mas a demonstração empírica, com base em evidências reais, que deixará claro qual é o caminho melhor, ou viável, para o desenvolvimento do projeto. Se você não está sendo ouvido, realize testes e traga evidências do caminho que propõe; mas esteja aberto a reconhecer que pode estar equivocado quando/se as evidências sugerirem isso.
A opinião de qualquer um dos integrantes da equipe é irrelevante em relação às decisões que devem ser tomadas em um projeto. Se suas contribuições forem infundadas, ou opinativas, é até bom sinal que você não esteja sendo ouvido. Se for este o caso, mude sua postura em relação a como contribuir com o trabalho.

Contudo, se for a situação oposta: suas contribuições têm sido baseadas em hipóteses testadas, em evidências e validações que a equipe insiste em ignorar em detrimento a propostas baseadas em preconceitos e opiniões particulares, talvez o melhor mesmo seja mudar de grupo, pois este projeto não conseguirá se desenvolver.